Sem vocação para ser Atlas

Engraçado como às vezes eu tenho tanta coisa pra fazer, tanto pra resolver, tantas coisas acontecendo que eu acabo me desligando. Toco o "foda-se" pra tudo ao redor e me isolo num mundinho só meu, olhando pra fora e pensando " Francamente, minha querida, eu não dou a mínima!".

Identidade própria, você tem?

Me definir é difícil.
Talvez não para os outros, mas pra mim sim.
Uma pessoa me disse certa vez que eu não tinha identidade.
E sabe? Ela tinha razão.
Não tenho mesmo uma identidade própria, fixa, só minha.
Eu sou feita de pedaços.
Pedaços preenchidos por aqueles que já passaram.
Pedaços vazios, para os que vão chegar.
Eu sou assim.
Sem ser.
E quer saber do que mais?
Não tenho a menor disposição pra encontrar essa tal de identidade.
E como quem procura acha, não procurarei mais.
Porque se eu achar, me perco.
Não ser nada faz de mim o que eu sou.
E eu gosto de ser assim
=)

Garrafão

Um dia cheguei em casa com sede, querendo beber água gelada, mas quando abri a geladeira as garrafas estavam vazias e não tinha água no filtro. Eu fui procurar o garrafão vazio para comprar outro e quando vi, já haviam comprado.

Pensei: "Poxa, compraram o garrafão e deixaram aí, não adiantou nada..."

Comprar um garrafão cheio não resolve o problema, só disfarça. Já reparou como as pessoas tem essa mania de maquiar o problema, em vez de tentar resolver. Elas fazem qualquer coisa de qualquer jeito e acham que está tudo certo.

Tem muita gente achando que comprar o garrafão basta. Que ir domingo à noite pra igreja é suficiente. Mas não é. Muitas vezes nem prestamos atenção suficiente na pregação ou no estudo. Nem lembramos o que foi dito no culto anterior. Nem mesmo nos libertamos totalmente dos nossos antigos hábitos e vícios. Ficamos alimentando o que alguns chamam de "pecadinho de estimação" Não fazemos questão de aplicar o que aprendemos no domingo durante a semana. Você sabe dizer qual foi o texto que o pastor pregou no último culto que foi? Apesar de tudo, domingo após domingo, estamos lá na igreja, mão pra cima, olho fechado e cantando: "Te adoro Senhor em espírito e em verdade. Me prosto aos teus pés na beleza da santidade...". Domingo após domingo estamos lá pedindo para Deus derramar chuvas de bençãos nas nossas vidas. Temos feito da nossa fé uma máscara social? Da nossa igreja um ponto de encontro?

Comprar o garrafão é importante, mas não é suficiente. Escutar a pregação é importante, mas é preciso aplicá-la na sua vida. Ir à igreja é fundamental, mas ser cristão é fazer a diferença no mundo. A Bíblia diz que somos o sal da terra. Para fazer a diferença na vida dos outros, é preciso que primeiro deixemos Jesus fazer a diferença na nossa vida. Devemos buscar sempre sermos mais parecidos com Ele. Devemos nos lavar de todos os nossos pecados e apresentarmo-nos limpos e puros diante Dele, para que possa nos usar segundo a sua vontade por que meus irmãos "se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens."

Eu sou assim:

Eu sou as experiências que passei
As lágrimas que chorei
Os amigos que conheci
E até os que deixei de conhecer
Sou os amores que tive
Os foras que dei e os que levei
Sou as provas por que passei
As batalhas cotidianas que enfrentei
Sou os livros que li
As histórias que ouvi
E até as que inventei
Sou os desenhos que desenhei
Os que pintei
E mesmo os que só admirei
Sou o banho de chuva que tomei
O dia de sol que aproveitei
Sou as bandeiras que levantei
As causas pelas quais lutei
E até as que ignorei
Sou as coisas que vi
Que ouvi
Que cheirei
Que saboreei
Que toquei
Que senti
Sou a vida que vivi
E tudo que por ela passou
Faz parte de mim
Sou a vida que vivi
Ainda que
Por vezes
Eu tenha sido a ovelha branca da família
E em outras
Tenha me desviado dos padrões ...
Sou a vida que vivi, plenamente vivida